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quinta-feira, março 01, 2007

Serviços de saúde - Governo alarga acordos


Em visita ao Hospital do Montijo, o ministro da Saúde recusou admitir um recuo na decisão de encerrar as Urgências de 15 concelhos. E abriu portas à negociação com os restantes municípios afectados pelo relatório da Comissão. Correia de Campos não deixa cair os “hospitais de proximidade”, por isso vai ainda alargar as reuniões a outros concelhos do País.

Apenas um dia depois de assinar o protocolo que pôs termo ao encerramento das Urgências em seis municípios – nos moldes anunciados – e do buzinão que ecoou na Margem Sul do Tejo, o ministro da Saúde, Correia de Campos, foi ontem ao Hospital do Montijo garantir que está disponível para negociar novos protocolos de reestruturação com as nove autarquias para as quais o relatório da Comissão Técnica de Apoio sugeriu o encerramento das Urgências. Duas já responderam: o Fundão aceitou o protocolo, apesar de ainda não o ter assinado. Ovar rejeitou chegar a acordo.

Dos outros sete municípios, São João da Madeira, Estarreja, Vila do Conde e Régua admitem estar em negociações com o Governo. Peniche agendou uma reunião de informação à população para o próximo sábado, mas negou estar a traçar qualquer acordo com o Ministério da Saúde. A incógnita mantém-se sobre Lisboa, onde está planeado o encerramento das urgências no Hospital Curry Cabral, e na Anadia.

Durante a visita ao Hospital, Correia de Campos garantiu que “todas essas [15] autarquias foram convidadas para serem recebidas”. E abriu portas a novos consensos. “Algumas foram convidadas e não aceitaram na primeira vaga, mas estamos disponíveis para esta segunda vaga” de reuniões, disse o ministro.

Ao que o CM apurou, o Governo não reduz as reuniões aos concelhos visados no relatório da Comissão. “Ninguém disse que o ministro está a negociar apenas com os 15 concelhos, está a negociar com muito mais municípios”, garantiu fonte do Ministério da Saúde.

Quanto às reuniões marcadas para esta semana, a mesma fonte traçou os moldes do encontro: “Tendo como pano de fundo a proposta da Comissão Técnica, irá ser negociado o que é proposto pelas autarquias. De acordo com os argumentos apresentados, chegar-se-á a um consenso que passe pela calendarização do que se propõe.”

Ainda assim, a filosofia de “criar hospitais de proximidade” defendida por Correia de Campos mantém-se. O objectivo é aliciar os autarcas com benefícios que salvaguardem o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente. ‘Consultas Não Programadas’ disponíveis até às 24 horas e reforço de ambulâncias na região são trunfos que estão a ser usados como moeda de troca.

Correia de Campos quer continuar pela via negocial para evitar mais protestos populares. Durante a visita, o ministro fez questão de sublinhar que a assinatura dos protocolos “é uma demonstração de que é pela conversação que se resolvem os problemas”. “Não é pela mobilização, pelo barulho.” Estarreja leu nas entrelinhas e suspendeu, para já, os protestos agendados. Valença, porém, prepara nova ofensiva e Arcos de Valdevez manifesta-se quarta-feira.

fonte Correio da manhã