Polícias em "greve de zelo"

Polícias em "greve de zelo"
Acções pedagógicas e preventivas "substituem" multas até ao fim de Julho
Os polícias vão dar prioridade a acções pedagógicas e preventivas, não passando multas de trânsito, entre esta quarta-feira e o fim de Julho, no âmbito de um protesto da iniciativa das estruturas sindicais maioritárias da PSP contra medidas governamentais.A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) apela aos profissionais da PSP para que, durante aquele período, "privilegiem, no pleno respeito pela legalidade, as vertentes pedagógica e preventiva na fiscalização de trânsito".Por sua vez, o Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) propõe "a todos os polícias que não passem multas de trânsito" no mesmo período de tempo.
Os elementos policiais "antes devem fazer acções de pedagogia com os automobilistas, já que ao Governo só interessa 'arrecadar dinheiro, não se preocupando em mentalizar' para se conduzir com respeito pelas regras", acrescenta o SPP.
O Ministério da Administração Interna (MAI) apresentou aos sindicatos da PSP propostas de alteração ao regime de assistência na doença, de congelamento do tempo de serviço para efeito de progressão nos escalões, de congelamento do aumento sobre os subsídios para 2006 e de alteração do sistema de aposentação e pré-aposentação, segundo a ASPP.A equipa do MAI já realizou várias reuniões negociais com os sindicatos, mas a ASPP afirma que "o Governo continua insensível aos argumentos apresentados pelos representantes sindicais, demonstrando uma total falta de conhecimento e de respeito pela especificidade da função" policial.
A ASPP diz que a proposta sobre os Serviços de Assistência na Doença (SAD/PSP) apresentada pelo MAI a 8 de Junho "continua a não satisfazer os interesses dos profissionais da Polícia e a ser objecto de discussão".Das alterações conseguidas ao documento inicial, a ASPP salienta, nomeadamente, a continuação do SAD/PSP e o direito à inscrição dos novos beneficiários e familiares.No entanto, "o Governo teima em manter que os funcionários da PSP com funções não policiais passam para o sistema da ADSE (Assistência na Doença aos Servidores do Estado)", acusa a ASPP.
A associação afirma também que "o Governo não reconhece às pessoas que vivem em união de facto com profissionais da PSP o direito ao acesso ao SAD/PSP".
Além disso, "os reformados passam a pagar os medicamentos nas mesmas condições dos beneficiários no activo", intenção governamental que a ASPP igualmente critica.
Quanto ao projecto de diploma com vista a alterações ao sistema de aposentações e pré-aposentações dos profissionais da PSP, a ASPP considera que "lesa gravemente as expectativas e os direitos adquiridos".O SPP também se manifesta contra o que considera a "cruzada anti-social deste Governo contra direitos há muito adquiridos e nunca antes questionados, quer contra o funcionalismo público em geral, quer contra os polícias em particular".A ASPP diz representar cerca de dez mil dos 21 mil profissionais da PSP e o SPP garante possuir cerca de sete mil sócios, sendo as estruturas sindicais maioritárias na instituição.
Com Lusa